Papa-emérito Bento XVI rompe silêncio sobre celibato

Por Sem Comentarios
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Em um novo livro escrito com um cardeal conservador, o ex-papa Bento XVI defende o celibato do clero da Igreja Católica.
Bento 16 escreveu "Do Fundo de Nossos Corações" com o cardeal Robert Sarah. Trechos foram publicados no domingo no site do jornal francês Le Figaro. O Vaticano não comentou o livro, que deve ser lançado nesta segunda-feira (13).

Em outubro de 2019, o documento final de um assembleia de bispos católicos, ou sínodo, sobre a Amazônia, deu parecer favorável a que homens casados daquela região remota possam ser ordenados como padres, o que provocaria uma mudança histórica na disciplina de celibato vigente há séculos na Igreja.

O papa Francisco a cogitará, assim como muitas outras propostas sobre questões que emergiram durante o sínodo, incluindo o meio ambiente e o papel das mulheres, em um documento de sua autoria, conhecido como Exortação Apostólica, que deve ser publicado em poucos meses.

Uma parte do livro, Bento diz que o celibato, que se tornou uma tradição na Igreja somente cerca de 1 mil anos atrás, tem "grande significado" porque permite que um padre se concentre em sua vocação. Ele disse que "não parece possível cumprir as duas coisas simultaneamente".

Em uma introdução conjunta, os dois religiosos dizem que não poderiam silenciar a respeito do sínodo de outubro, que em alguns momentos provocou choques entre veículos de mídia católicos progressistas e conservadores, sublinhando a polarização na Igreja de 1,3 bilhão de fiéis.

A proposta sugere que homens casados mais velhos que já são diáconos da Igreja, têm um relacionamento familiar estável e são líderes comprovados de suas comunidades sejam ordenados depois de uma formação adequada.

Massimo Faggioli, teólogo da Universidade Villanova dos Estados Unidos, considerou o livro "uma violação grave" do antigo pontífice, que prometeu "reverência e obediência incondicional" ao sucessor.



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