COLUNA VITOR: Por quê a Direita está contra Bolsonaro?

Por Sem Comentarios
Facebook Whatsapp
ESTE ARTIGO É MERAMENTE OPINIÃO DE SEU REDATOR
Por quê não falar da ditadura militar e da confusão que se fez acerca de sua ideologia. Ora bolas! Os militares nunca foram de direita, seu histórico positivista e tecnocrata é tão evidente que basta pesquisar cinco minutos entre um site ou outro sobre positivismo e militares brasileiros que descobriremos toda a verdade. Deodoro da Fonseca ao iniciar a república já nos jogava ao positivismo que modificou nossos símbolos e nos fez abandonar a filosofia da honra que busca virtude política, por isso a cultura e conhecimento no Brasil são coisas para depois da aposentadoria, quando não nos resta outra coisa senão nos lamentarmos, sob a luz do que agora sabemos, pelo que deveríamos ter conhecido e feito enquanto jovens, mas não fizemos.

A direita brasileira por muito tempo esteve inerte, representada por mentes conservadoras, pouco espaço arranjava na grande mídia e era frequentemente ridicularizada em tempos onde prevalecia o debate sobre quem era mais de esquerda.

O PSDB passou um grande período se opondo as políticas petistas, acusado de partido direitista, mas sem se assumir assim, acolhia votos dos brasileiros que por um alerta da alma rejeitava o progressismo petista.

Acontece que tudo não passava de um grande "teatro das tesouras", onde PT e PSDB compartilhavam dos mesmos ideais e divergiam apenas dos métodos, o que encaixava os tucanos na social democracia muito bem descrita em suas siglas e apontava o PT como uma esquerda mais ao extremo da corda. Esses partidos então criaram a falsa ideia de que eram opostos, pois rivalizando entre si conseguiam cataputar seus candidatos aos segundos turnos das eleições presidenciais, frequentemente.

Vale lembrar também do saudoso Enéas Carneiro, político extremamente conservador, tanto nos costumes quanto na economia, político veementemente estatista e crítico das privatizações, muito diferente da definição de direita que vê-se no Brasil de hoje, um pessoal que busca diminuição do tamanho do Estado nas relações econômicas, maior autonomia e ascensão dos indivíduos nas relações horizontais e verticais, isto é, para com seus pares e para com o estado e politicamente incorreta, bem como resgatando muitos valores conservadores no que se referem a desconfiança fomentada acerca da classe política, valorização da família tradicional, da fé e segurança ao modo "queremos ter armas
em casa".

Depois de todo esse panorama, pensemos: o que é Bolsonaro? Lhes digo com a certeza de que 2 + 2 = 4. Bolsonaro é a mistura do fisiologismo patrimonialista, mais o espírito combativo do fascismo. Foram mais de 30 anos de vida pública defendendo pautas militares, exercia o mandato em função de sua história e público, era capitão reformado, ríspido em seus discursos, mas direto e sem frescura chamou a atenção do pai de família que o ouviu dizer o que há tanto tempo ele mesmo queria falar, mas o sistema impedia. Isso encantou muita gente, aos poucos os empresários se aproximavam com as promessas de menos governo botando o nariz nas relações econômicas e trabalhistas, em seguida figuras como Paulo Guedes, economista liberal de renome, tornou a candidatura de Jair Bolsonaro
extremamente atrativa para os liberais. Tínhamos a junção perfeita: resgate dos valores + liberalismo econômico.

Jair Bolsonaro se elegeu, nomeou ministros técnicos e a esperança pairava na nação. O que deu errado? Isso tudo não era ele! Um governo com ministros autônomos e liberais, busca pela estabilidade nacional, esquiva de crises desnecessárias e combate ao toma lá dá cá eram coisas de campanha, devíamos saber, o estelionato eleitoral é cultural no Brasil. Estamos nos segundo ano de governo, o governo Bolsonaro já sucumbiu ao centrão e está nomeando indicados de corruptos ou patrimonialistas; o presidente tem gastos exorbitantes no cartão corporativo e não abre mão do sigilo; houve a ideia de nomear o próprio filho a uma embaixada e estava tudo bem para o presidente cometer essa imoralidade, já que ela era legal; apoio a Rodrigo Maia na presidência da Câmara; nomeação de Augusto Aras para a PGR; Flávio Bolsonaro votou contra a CPI da Lava Toga numa coalizão com desmandos do STF em troca de não ser condenado por lavagem de dinheiro e "rachadinha" na ALERJ; o presidente vem a público dizer que os filhos dele não são investigados em nenhum processo; incentiva manifestações pelo fim da democracia; elabora contratos com grandes possibilidades de sobrepreços; acha que investigação sobre seus aliados é "motivo para trocar" quem dirige o órgão investigador e diz "e daí?" Para milhares de famílias que perderam seus entes queridos sob a Pandemia da Covid-19; bem como quer maquiar números oficiais. O Brasil é uma Venezuela que deu errado!

Agora me digam senhores, o que isso tem a ver com direita? Onde está o pluralismo político, democracia, liberdade individual, manutenção do estado democrático de direito, liberalismo econômico, livre mercado, resgate do respeito e da ordem pela educação? Bolsonaro é só mais uma fraude produzida por um sistema político danoso ao indivíduo brasileiro e nós, a direita, vamos tirá-lo do poder!

"Mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para todo sempre, amém!"



0 comentários

COMENTE VOCÊ TAMBÉM: