Em visita à PB, Sergio Moro promete acabar com a reeleição

Por Sem Comentarios
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Em entrevista concedida, ontem, 06 de Janeiro, em João Pessoa, à rádio Correio Sat, o pré-candidato a presidente da República, Sergio Moro, do Podemos, se disse contra a reeleição ao Executivo e prometeu acabar com esse instituto propondo, já no começo de 2023, caso seja eleito, a sua extinção para o mandato seguinte.

Em junho de 2019, Bolsonaro tambem acenou para a possibilidade de tentar um segundo mandato consecutivo. “Se tiver uma boa reforma política, eu posso até nesse caldeirão jogar fora a possibilidade de reeleição. Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos”. Na entrevista na Paraíba, o ex-juiz Sergio Moro alegou como justificativa para ser contra a reeleição ao Executivo que “o poder sobe à cabeça dos seus ocupantes”, exemplificando diretamente com o caso de Jair Bolsonaro, que, a seu ver, ter traído compromissos assumidos com o povo brasileiro por ter se deslumbrado com a sua chegada ao Palácio do Planalto. “Eu entrei no governo não para ter um cargo mas para implantar um projeto de interesse nacional”, justificou Sergio Moro, ao ser indagado sobre a razão que o levou a aceitar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

De acordo com o ex-juiz da Lava-Jato, o “projeto de interesse nacional” que havia concebido na gestão de Jair Bolsonaro não pôde ser levado à frente porque foi sabotado em sua essência e também porque houve pressões de setores influentes, poderosos, para que ele privilegiasse, nas apurações de crimes ou de responsabilidades, figuras ligadas ao entorno familiar e político do presidente da República. Com tais observações, sem descer a detalhes, ele deixou implícita a confirmação de denúncias que havia feito sobre tentativas de interferência política em investigações de órgãos que estavam subordinados ao seu comando como a Polícia Federal. Na época em que Sergio Moro era ministro, a imprensa pôs em relevo aborrecimentos que ele estaria causando ao presidente Jair Bolsonaro por ter avançado em apurações que comprometiam filhos do presidente da República. A partir de alguns episódios tornou-se insustentável a sua permanência no governo e o então ministro acabou pedindo exoneração.

O ex-juiz escolheu para iniciar a sua pré-campanha à presidência da República o estado que é considerado pela mídia o “mais lulista” do país, em termos proporcionais. Lula confia tanto nos votos do eleitorado paraibano que se permitiu não visitar o Estado no giro que encetou, no ano passado, por Estados nordestinos, e até o momento não há data definida para sua vinda.

O leque de apoios à candidatura do líder petista vai do governador João Azevêdo (Cidadania) ao ex-governador Ricardo Coutinho (PT), e do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. Moro chegou a ser hostilizado por grupos que são antipáticos ao seu projeto como candidato. Mas demonstrou, nas declarações e entrevistas, que, independente de potencial eleitoral, traz contribuições valiosas ao debate nacional, suscitando temas que devem figurar na ordem do dia da agenda, a exemplo do enfrentamento à corrupção.



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